Eva – Um Novo Começo (“Eva”, Espanha, 2011)
Eu indico Eva (Espanha, 2011) Em 2041, os seres humanos
Eu indico Eva (Espanha, 2011) Em 2041, os seres humanos
A proposta é comum: espionagem, Guerra Fria, não confie em ninguém. Contudo, o enredo consegue ser atraente, a história se desenrola muito bem no roteiro de Kurt Johnstead e as cenas de ação são sensacionais e brutais, sendo postas no filme junto com músicas famosas dos anos 80 e 90. Afinal, o filme se passa em 1989, nessa transição entre duas décadas importantes na história. Os diálogos discutem de forma interessante a Guerra Fria e como os espiões foram importantes para evitar que essa guerra tomasse proporções catastróficas e estourasse como o efeito de uma bomba atômica. Mas bombástica no filme mesmo é a Charlize Theron, sua personagem é encaixada com facilidade nesse cenário onde a sobrevivência é constantemente ameaçada.
Eu indico Distrito 9 (EUA / Nova Zelândia / África
A adaptação do best-seller de Frank Herbert é, inegavelmente, um desafio gerador de muitas expectativas por parte dos fãs do livro. A primeira versão cinematográfica foi de David Lynch, em 1984, um fracasso total apesar da inquestionável carreira de sucesso desse cineasta, decerto um dos meus preferidos. Outrossim, uma minissérie de 3 episódios longos foi lançada em 2000, com direção de John Harrison, obtendo pouca popularidade apesar de um resultado menos desinteressante. Neste ano ainda pandêmico, Denis Villeneuve, aclamado por excelentes filmes como Incêndios (2010), A Chegada (2016) e Blade Runner 2049 (2017), cumpriu uma promessa ao entregar sua versão de Duna para o cinema.
O livro de Frank Herbert foi comparado a Senhor dos Anéis por Arthur C. Clarke, escritor do conto The Sentinel que deu origem ao filme 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968). Tanto quanto e ainda mais apaixonante foi a declaração de Neil Gaiman: “Duna é o melhor dos grandes romances de ficção científica, e o que mais se manteve relevante”.
Primeiramente, a melhor experiência consiste em conferir o filme nas telonas. Afinal, efeitos visuais e sonoros estão impecáveis, assim como o trabalho de fotografia e figurino. Sem dúvida a produção contratou, intencionalmente, gigantes do Oscar nas categorias técnicas: o desenhista de produção Patrice Vermette (“A Chegada”); o editor Joe Walker (“Blade Runner 2049”; “A Chegada”, “12 Anos de Escravidão”); o supervisor de efeitos especiais Paul Lambert (“O Primeiro Homem”, “Blade Runner 2049”); o compositor Hans Zimmer (“Blade Runner 2049”, “A Origem”, “Gladiador”, “O Rei Leão”) como responsável pela trilha sonora; e a figurinista Jacqueline West. Esta última foi responsável pelos trajes da família Atreides e, com mais destaque, os dos Fremen (chamados trajestiladores) com seu sistema de filtragem de água que combate a hipertermia, tão detalhados no livro e bem apresentados no filme.
Para as categorias técnicas supracitadas, espera-se que este seja um dos favoritos ao Oscar. Apesar de pouco provável, seria ótimo ver uma indicação a melhor roteiro adaptado, mesmo conhecendo a mentalidade da academia em não priorizar filmes de aventura ou ficção (especialmente com batalhas) nesta categoria.
Duna é um universo fantástico, da imaginação nata de Frank Herbert para a ótima visão de Denis Villeneuve. Um trabalho bacana de transposição para as telas de muitas passagens do livro, contudo de forma mais didática e direto ao ponto, já que muitos detalhes na obra precisaram ser desconsiderados para um formato de filme. Não há como caber tanta coisa em pouco mais de 5 horas de duração (tempo total estimado considerando a segunda parte do filme, com filmagens previstas para 2022). Villeneuve é incrível, entregando uma adaptação bem cadenciada, mantendo um pouco de todas as coisas relevantes no filme, agraciando os privilegiados leitores do livro que conheceram um mundo com sua própria linguagem, comportamentos, conteúdo misturando aventura e ecologia, religião e política. Essa primeira parte, sem dúvida, é de um filme épico, começando do melhor jeito para terminar melhor ainda.
Além do destaque da ambientação, temos as atuações de um elenco insano: Timothée Chalamet, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Josh Brolin, Stellan Skarsgård, Dave Bautista, Jason Momoa, Javier Bardem e Zendaya são alguns dos atores. Timothée Chalamet, de Me Chame Pelo Seu Nome (2017), encara o protagonista Paul Atreides e se destaca, lembrando muito o personagem literário. Numa atuação memorável, consegue dar vida ao herói-messias e mostrar a sua jornada de maturidade, seja para perceber armadilhas políticas, seja para encarar perigo e batalhas.
Algo que chama atenção nessa adaptação é a jornada do herói e como ele enfrenta seus medos. A Litania Contra o Medo, pronunciada constantemente por heróis do universo de Duna, é quase poética; com efeito, essa oração dá aos Atreides a coragem de deixar o medo passar através de si, não permitindo que ele domine a sua mente. Uma lição importante sobre controlar impulsos e ter mais clareza sobre a próxima ação que deverá ser tomada. Sabemos que, quando a religião e política andam do mesmo lado, os problemas crescem como uma tempestade de areia no deserto; dessa forma, Paul precisa enfrentar diversos problemas durante sua jornada.
Cabe destacar também as armas, tecnologias e artefatos criativos que o filme trouxe do livro, assim como os veículos inusitados. Aliás, os ornitópteros, principal meio de transporte em Arrakis, ficaram ótimos simulando grandes libélulas e foram extremamente aproveitados nas cenas de ação.
Como possível repercussão negativa, teremos a ansiedade pela segunda parte do filme, já que a conclusão deste primeiro clama por uma continuidade mais imediata. É como se fosse um ótimo final de temporada de sua serie favorita, contudo haverá um longo tempo para a temporada seguinte ser lançada. As filmagens estão previstas para 2022, então não sabemos ainda quando será lançada a sequência.
Abaixo nossa resenha do excelente A Chegada (2106), de Denis Villeneuve:
São Paulo. Guto (Marat Descartes) é um artista de rua e aspirante a ator que sonha em um dia ser reconhecido pelo seu trabalho. Dedicado, ele pratica, se prepara e participa de todas as audições que pode, na espera de que um dia a sorte chegue. Ele admira Zeca (Jair Rodrigues), um comediante que trabalha na TV e é idolatrado por muita gente, apesar de estar com a carreira decadente. Os dois se encontram por acaso. O que será que o destino reserva para eles?
Em 1946, o jovem e bem-sucedido banqueiro Andrew "Andy" Dufresne (Tim Robbins) é sentenciado a duas penas consecutivas de prisão perpétua pelo assassinato de sua esposa e de seu amante, a serem cumpridas na Penitenciária Estadual de Shawshank, no Maine, comandada pelo religioso e cruel agente penitenciário Samuel Norton (Bob Gunton). Rapidamente, Andy se torna amigo de Ellis "Red" Redding (Morgan Freeman), interno influente, também sentenciado à prisão perpétua, que controla o mercado negro do presídio. Ao longo das quase duas décadas de Dufresne na prisão, ele se revela um interno incomum. Dirigido por Frank Darabont.
Dois amigos, Farhan e Raju, embarcam em uma jornada em busca de seu amigo desaparecido, Rancho. Em meio a viagem eles perpassam por uma trajetória através do tempo e da história do amigo que possui um jeito único e que os inspirou a viver sem preocupações e com muita criatividade. Dirigido por Rajkumar Hirani.
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